A arte do Taekwondo no Brasil
- Yasmin Santos
- 28 de out. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de nov. de 2019
Conheça mais sobre Grão Mestre Sobrinho, o introdutor do Taekwondo em Goiás e no Destrito Federal
Segundo a Associação Rio Preto Taekwondo, a história do Taekwondo no Brasil teve início em 1970, quando o general Choi Hong Hi teve a ideia de difundir a luta pelo mundo, para torná-la mais conhecida. O Grão Mestre Sang Min Cho foi enviado oficialmente pela International Taekwondo Federation, como encarregado de trazer essa luta para o Brasil, e apesar de passar por dificuldades, montou uma academia no bairro Liberdade, em São Paulo, chamada “Academia Liberdade”.
Mestre Sang Min Cho ensinando técnicas de Taekwondo. Vídeo: Wellington Sales
Neste mesmo ano, não muito longe de onde Sang Min Cho ensinava a arte do Taekwondo, no Rio de Janeiro outra pessoa tinha contato com essa arte marcial. José Celestino de Oliveira Sobrinho conheceu a luta, se apaixonou e hoje dedica sua vida à ela.
Segundo José Celestino, no início da década de 70 ele era paraquedista militar no estado do Rio de Janeiro e apesar de não conhecer muito bem a luta, nem mesmo acreditar no que diziam sobre ela, começou sua história no Taekwondo. Seu primeiro mestre foi o Grão Mestre Woo Jae Lee. Lee, foi um dos enviados ao Brasil, alguns meses depois de Sang Min Cho, com o objetivo de tornar o Taekwondo conhecido aqui no Brasil.
Formação no Taekwondo
Em sua formação, Sobrinho teve a orientação de três mestres: o já citado Woo Jae Lee, Yong Min Kim e, por último, Jae Kyu Chung. Juntamente com este último mestre, José Celestino foi o pioneiro a levar o Taekwondo para o Distrito Federal, que até então não tinha representantes nessa luta.
Depois de algum tempo, já dando aulas no DF, em 1979 José veio para Goiás já sendo conhecido como Grão Mestre Sobrinho, e ele foi o primeiro a trazer essa arte marcial para o estado. Sobrinho tem o reconhecimento na história do Taekwondo por ter sido um dos primeiros faixa preta no Brasil, e por ter trazido esse esporte, até então desconhecido, para os estados citados.
Sobrinho teve início nas práticas de artes marciais desde muito novo, quando ele fazia Judô, em sua infância, e Karatê, depois de adolescente. Porém, segundo o mestre, o Taekwondo além de não ser tão conhecido ainda era desvalorizado de certa forma, sendo chamado de “Karatê Coreano”.
“Quando o Taekwondo veio para o Brasil e eu o conheci, na placa da academia estava escrito ‘karatê coreano’, porque o karatê era popular, e ele é japonês e para fazer essa analogia as pessoas ligavam uma luta com a outra”, explica o mestre.
O interesse do mestre não foi total no início, pois ele tinha certa descrença na luta por conta das imagens em que homens pareciam voar dando chutes. Segundo Sobrinho esses saltos eram montados apenas para a foto.
“Quando eu fui para o quartel tinha um quadro de avisos, e nele uma folha da ‘Revista Planeta’, isso em 71. Nessa revista estava escrito ‘Taekwondo, o karatê coreano. Luta dos homens voadores. A luta que dominará o século’”, disse Sobrinho.
Nessa época o mestre já praticava Karatê no quartel, porém com o interesse que surgiu pela arte marcial coreana, decidiu migrar para o Taekwondo. Desde então, o mestre fez sua história na luta e continua dando aulas sobre ela até hoje.
Conquistas pessoais
Quebramento de telhas nas olimpíadas das artes marciais em Aragarças/Barra do Garça. Vídeo: Federação Goiana de Taekwondo.
O quadro de feitos de Grão Mestre Sobrinho é bastante importante para a história do Taekwondo. Ele foi oito vezes campeão lutando em competições na Coreia e em Mundiais representando a seleção Brasileira.
Além disso, um marco em sua história foi que ele se formou com grandes Mestres que vieram da Coreia para incentivar a disseminação do Taekwondo, e ainda foi o primeiro mestre brasileiro a ir para a Coreia ensinar aquela luta para coreanos.
O Mestre Sobrinho iniciou sua história no Taekwondo ao mesmo tempo em que esse esporte chegou no Brasil, e no ano ano que vem, tanto a história de Sobrinho com o Taekwondo quanto a chegada da luta no país, completarão 50 anos.
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