"Hallyu" - A Onda Coreana
- Yasmin Santos
- 18 de set. de 2019
- 4 min de leitura
Atualizado: 17 de dez. de 2019
Conheça a invasão da cultura em diversos países que tornou a Coreia mais conhecida
É possível afirmar que a chegada da "Onda Coreana" no Brasil foi capaz de acontecer por causa da grande disseminação de conteúdos de entretenimento da cultura coreana, através da internet, pois não seria possível que essa grande massa de informação e produtos chegassem no país de outra forma. Afinal, quem não conheceu a música “Gangnam Style” por seu vídeo no Youtube, ou então já ouviu falar de algum seriado ou filme coreano pela Netflix?
Para explicar um pouco melhor, o “Hallyu”, que em coreano significa “Onda Coreana”, foi uma “invasão” de conteúdos produzidos por coreanos e para coreanos, porém que tiveram uma grande disseminação alcançando países estrangeiros, primeiro com início no oriente e, aos poucos, se espalhando também para o ocidente.
Com a grande entrada, em diversos países, de produtos como as novelas (doramas), músicas (K-pop), cosméticos, e até mesmo comida, a Coreia do Sul passou a ter um maior destaque dentro de outros países, em que as pessoas passaram a vê-la com outros olhos.
Isso porque, até alguns anos atrás, a Coreia era conhecida apenas por seu histórico de Guerras e conflitos ao qual se envolveu. Pode-se perceber isso quando William Stueck afirma em seu livro Korean War que, durante a Guerra Fria, quando os norte-coreanos invadiram a Coréia do Sul, ela apenas conseguiu equilibrar o conflito por conta da intervenção dos Estados Unidos. Isso aconteceu apenas pela ganância do país americano no confronto contra seus inimigos, e no grande interesse do país americano por uma relação com a Coreia, como foi contado pelo professor de Geopolítica da Universidade Federal de Goiás em sua entrevista.
Interesse pela "invasão"
O interesse em conteúdos que não eram relacionados com a guerra surgiu apenas no início dos anos 90 quando essa "Onda Coreana" realmente teve início.
De acordo com digital influencer, Raquel Gil, criadora do blog Osowa Korea, o impacto da chegada da cultura coreana, principalmente aqui no Brasil, é de grande importância, para quem viu nesses produtos, uma forma de se expressar, e de aprender coisas novas.
“A cultura coreana é para muitos um escape da vida rotineira e do tédio do dia-a-dia, por ser uma cultura completamente diferente e com várias coisas novas a serem aprendidas. Eu acho que, no Brasil, a onda Hallyu teve e tem uma influência majoritariamente positiva na vida de milhões de adolescentes, que descobriram no idioma, na gastronomia e na música coreana uma válvula de escape e um novo jeito de se expressarem.”
E com a invasão dessa cultura em outros países, é normal que se perceba uma pequena mudança de hábitos de quem consome esse tipo de entretenimento, que vem de outro local, se tornando natural que as pessoas acabem por gerar certo apreço àquela cultura, como citou o Professor Abdala em uma entrevista sobre o impacto da cultura coreana nos doramas. Podemos ver isso também na fala da Youna Kim, em seu livro The Korean Wave:
“Desde o início dos anos 90, muitos estudantes me disseram que quando eles vão para casa durante os finais de semana e feriados, eles acabam ficando a noite inteira acordados com suas mães assistindo os dramas coreanos, episódio após episódio, a noite inteira. Ao voltar para a escola, eles se encontram dormindo na aula, não porque ficaram a noite inteira estudando ou festejando com seus amigos, mas porque, como suas mães, eles sabiam mais, mas apenas tinham que assistir a série coreana até o final.”
Raquel, participou de um projeto, comandado pela Rede Brasil, na Coreia, fazendo uma reunião e entrevistas com alguns CEO's de empresas e até mesmo cantores coreanos como os grupos ONEUS e Loona, para falar um pouco sobre a disseminação da cultura coreana para outros países. Ela conta sobre sua perspectiva que, essa importância que o “Hallyu” está tomando faz bem, não só para os países que estão recebendo o conteúdo, mas também para os próprios coreanos:
“A Coreia do Sul é um dos países com o maior índice de depressivos não medicados do mundo. Grande parte desses indivíduos são estudantes de até 25 anos, que não têm permissão para viver outra coisa que não seus estudos. [...] Eu acredito que a onda Hallyu ajude a amenizar o impacto negativo de tanta pressão na vida dessas pessoas, a mostrá-las que, por mais que os estudos sejam muito importantes, elas também podem ter uma vida fora do colégio e das aulas extracurriculares", explicou Raquel.
Isso porque muitos coreanos, com essa disseminação, podem se apoiar na possibilidade deles se tornarem cantores ou atores, e não necessariamente ter que viver em uma profissão escolhida pelos próprios pais, além de também terem a possibilidade de consumirem todo esse conteúdo que é disseminado, aliviando um pouco o estresse do dia-a-dia.
A onda Hallyu no Brasil
No Brasil essa cultura chegou com certa “força” em 2012, depois que a música Ganganam Style fez um grande sucesso, e logo após isso, mais conteúdos coreanos passaram a entrar no país. A partir daí sua popularidade vem apenas aumentando, e pode-se ver isso em eventos que abordam a cultura coreana e reúnem diversas pessoas.
Apenas este ano, no Brasil, já tivemos shows de grupos coreanos como BTS, Monsta X, Busters e Pentagon e ainda virão até o final do ano outros grupos como , Kard, Noir e Spectrum. Sem contar os festivais coreanos que tem ao longo do ano pelo país como o Joy Festival, em Goiânia, Mansae Gayo! em Brasília, K-pop Con São Paulo, etc.
Sobre a Entrevistada
Raquel Gil é uma digital influencer, tem 18 anos e é a criadora do Blog Osowa Korea. Em 2019 a influencer foi até a Coreia, com um projeto de entrevistas para discutir sobre a "Onda Coreana" e observar de perto como é a vida de ídolos coreanos. Junto com sua parceira do Blog e uma tradutora, participou de um almoço, onde ocorreram as entrevistas com CEOs e cantores.
As filmagens ainda não foram divulgadas, porém, até o final do ano elas serão divulgadas no canal Osawa Korea, no YouTube e também serão entregues à Rede Brasil para transmissão.
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